Football Goes Hollywood
A 15 de junho é dado o tiro de partida para o remodelado Mundial de Clubes, nos Estados Unidos. Aqui no 78, temos tudo preparado para ti.
Tal como o tempo, o futebol não para. Depois de findada a temporada 2024/25, fomos brindados com a Nations League, seguindo nesta semana para os Estados Unidos da América, onde o “novo” Mundial de Clubes terá lugar. E como no nosso projeto não há férias, apresentamos para todos vocês a nova newsletter do projeto: Football Goes Hollywood.
Até ao início do Mundial de Clubes, iremos dar-vos a conhecer todas as equipas, curiosidades, estádios e o que esperar das equipas portuguesas nesta nova competição. Após o início do torneio, todos os dias um pequeno resumo sobre os jogos do dia anterior irá ser recebido através do vosso email. Venham connosco embarcar nesta viagem, começando já hoje.
O Mundial de Clubes era habitualmente uma competição secundária, quase protocolar, onde os vencedores das Ligas dos Campeões de cada continente (América do Norte, América do Sul, Europa, África, Ásia e Oceânia) e um clube do país anfitrião disputavam entre si o título de “melhor equipa do mundo”. No entanto, dado o poderio dos clubes europeus, apenas por quatro vezes em 20 edições os representantes do “velho continente” não arrecadaram o “caneco”.
Foi aqui que a FIFA decidiu intervir e tentar “apimentar” as coisas. Com a ideia da Superliga Europeia cada vez mais longínqua, foi decidido que uma reformulação iria acontecer no formato do Mundial de Clubes. O torneio que se disputava a cada temporada passa agora a ser quadrienal, tal como os Mundiais de Seleções, os outrora sete clubes irão passar a 32, e a competição que em média levava cerca de uma semana a decorrer irá agora passar a jogar-se ao longo de um mês (15 de junho a 13 de julho). Os Estados Unidos foram o país escolhido para receber o renovado Mundial de Clubes, um palco ideal para o espetáculo desportivo, à semelhança do que já acontece com competições como a NBA e a NFL.
E como se qualificaram as equipas?
A FIFA distribuiu as 32 vagas pelos seis continentes, de forma a que todos eles fossem representados, de acordo com a sua importância e competitividade no mundo do futebol:
- Para a UEFA foram atribuídas 12 vagas, sendo que quatro delas foram para os vencedores da Champions League dos últimos quatro anos (Chelsea em 2020/21, Real Madrid em 2021/22 e 2023/24 e Manchester City em 2022/23). Uma vez que o Real Madrid venceu por duas vezes a Champions League, libertou uma vaga. Foram apurados então nove clubes através do ranking da UEFA, sendo eles Bayern Munique, PSG, Inter, Benfica, Porto, Borussia Dortmund, Juventus, Atlético Madrid e RB Salzburg. Estes foram os clubes com o melhor desempenho acumulado nas competições continentais durante o período definido (2020/21 a 2023/24) com o máximo de dois clubes por país (exceto se existirem três ou mais clubes do mesmo país que vençam a Champions League).
- Na CONMEBOL, as vagas são seis. Quatro foram atribuídas aos vencedores da Copa Libertadores (Palmeiras, Flamengo, Botafogo e Fluminense). As restantes vagas seguiram para o Boca Juniors e River Plate, também pelo critério do desempenho acumulado nas competições sul-americanas. Aqui dá-se a exceção de um país ter mais de dois representantes, porque, como dito acima, todos venceram a competição que dá acesso automático (Copa Libertadores).
- Para a CONCACAF, os seus representantes são cinco. Quatro para os vencedores da Champions Cup (Monterrey, Seattle Sounders, Club León e Pachuca), e um para um representante do país anfitrião (Inter Miami). No entanto, como foi tornado público, tanto Club León como o Pachuca pertencem ao mesmo grupo de proprietários e, sendo uma violação das regras da FIFA, o primeiro foi desqualificado do torneio. Para preencher a vaga deixada pelo León, foi organizado um jogo de repescagem entre Los Angeles FC, vice-campeão da Champions Cup 2023, e Club América, melhor classificado no ranking da CONCACAF entre 2021 e 2024. A equipa americana venceu e marcará presença no Mundial de Clubes.
- Para a CAF, a situação é semelhante, com quatro vagas para os últimos quatro vencedores da Liga dos Campeões. No entanto, o clube egípcio Al-Ahly venceu três das últimas quatro competições, o que abriu a vaga para clubes como Espérance de Tunis e Mamelodi Sundowns marcarem presença no novo Mundial de Clubes. O Wydad Casablanca é o outro representante africano, tendo vencido a Liga dos Campeões em 2021/22.
- Na AFC, o sistema seria semelhante, não tivesse existido uma mudança na calendarização da federação asiática. A AFC alterou o seu calendário de competições nos últimos anos, passando de um modelo baseado no ano civil para um modelo europeu. Ou seja, em 2021 o vencedor foi o Al-Hilal, em 2022 venceu o Urawa Red Diomands e a competição seguinte já foi disputada ao longo de dois anos civis, tendo sido vencida pelo Al-Ain. Sobrando uma vaga, esta foi ocupada pelo Ulsan HD, devido ao ranking.
- Sobra então uma vaga, ocupada pelo Auckland City, da Oceânia. Este continente recebe apenas uma vaga dada a menor competitividade das equipas participantes na Liga dos Campeões, onde muitas destas são semi-profissionais. Desta forma, a vaga será ocupada pela equipa com o melhor desempenho nos últimos anos, o Auckland City, vencedor da prova nos últimos quatro anos.
Mas afinal, o que mudou?
Conhecidas as equipas e a forma como chegam ao torneio, resta saber como se irá desenvolver a competição ao longo dos meses de junho e julho. O Mundial de Clubes terá início a 15 de junho e terminará a 13 de julho. Será composto por oito grupos de quatro clubes, todos eles de países diferentes. O formato é o tradicional, os dois primeiros apuram-se para os oitavos de final, e os dois últimos são eliminados. A partir daí, seguem-se os oitavos de final até chegar à grande final, sendo todos os encontros jogados a uma mão, até ser encontrado o vencedor. Serão disputados três a quatro jogos por dia na fase de grupos, com um jogo na madrugada, e três jogos entre o final da tarde e a noite. Os horários vão das 17h00 até às 03h00 da manhã.
Prize pool, o que é?
Olhando a valores monetários, percebe-se a intenção da FIFA sobre a seriedade deste torneio, não sendo apenas “mais um”. Pela participação na competição, clubes europeus receberão entre 11,9 a 35,4 milhões de euros (consoante critérios desportivos e comerciais), clubes sul-americanos terão direito a cerca de 14 milhões de euros, enquanto equipas da América do Norte, Ásia e África receberão cerca de 8,8 milhões de euros pela participação. Já o representante da Oceânia arrecada 3,3 milhões de euros.
Na fase de grupos, cada vitória vale 1,85 milhões de euros e cada empate vale 926 mil euros. À medida que as equipas avançam para as fases a eliminar, os prémios aumentam significativamente. A passagem aos oitavos de final garante 6,95 milhões de euros, os quartos de final valem 12,16 milhões, e as meias-finais asseguram 19,46 milhões. O finalista vencido recebe 27,8 milhões de euros, enquanto o campeão arrecada o maior prémio: 37 milhões de euros. Ao todo, o clube vencedor poderá arrecadar até 115,8 milhões de euros, somando os prémios por desempenho e os montantes comerciais.
A título de curiosidade, vale a pena relembrar que, por exemplo, o Mamelodi Sundowns FC, da África do Sul, tem como valor total do seu plantel (segundo o Transfermarkt) um valor a rondar os 35 milhões de euros. O prémio que irão receber apenas da participação no Mundial de Clubes é equivalente a cerca de 25% de todo o seu plantel. Para se perceber a importância, seria o mesmo que uma equipa como o Real Madrid receber 350 milhões de euros apenas pela participação no torneio.
Posto isto, estão lançados os dados. Está conhecido o novo formato do Mundial de Clubes, os clubes apurados, como se apuraram e os respetivos valores a receber. Se não estão com vontade de parar de ver futebol, venham connosco desvendar o novo Mundial de Clubes, prometemos que será divertido.
João Pinto
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