Eindhoven coroou o Barcelona como o novo rei do futebol feminino
As blaugranas ganham a final da Liga dos Campeões pela segunda vez em sua história após grande reviravolta.
“Damas de ferro” é uma “newsletter” do 78 que tem como intuito dar notoriedade ao futebol feminino em Portugal, que se mantém distante da dos principais países europeus. Numa altura em que, um pouco por todo o mundo, o futebol feminino tem vindo a ganhar mais reconhecimento e adeptos, algo que pode ser comprovado pelo crescente número de espectadores nos estádios, é de extrema importância aproveitar o balanço que este tem vindo a ter. Numa atualidade marcada por questões sociais, nomeadamente a da igualdade de género no desporto, acreditamos ser urgente fomentar o crescimento da modalidade feminina, comprometendo-nos a contribuir para isso mesmo.
O FC Barcelona é novo campeão europeu! A equipa catalã venceu o Wolfsburg por 3-2, numa final frenética, e conquistou o segundo troféu da sua história. O Wolfsburg conseguiu uma vantagem de 2-0, contra as expectativas da maioria, que apontavam uma vitória menos descomplicada do Barcelona. Os golos alemães foram apontados por Ewa Pajor, logo aos três minutos, após uma perda de bola de Lucy Bronze, e onde a avançada polaca, melhor marcadora desta edição, rematou ângulo; apesar do domínio do Barcelona foi o Wolfsburg que aumentou a vantagem por Alex Popp pouco antes da ida para o intervalo. Uma primeira parte dominada pela equipa espanhola, que demasiado perdulária ia perdendo oportunidades, que noutros jogos, seriam aproveitadas. Intervalo com vitória clara para a equipa alemã, e onde na maior parte dos adeptos culés devia ecoar a final de Turim, onde o Barcelona havia perdido para o Lyon (3-1). Porém, não era essa o desígnio que as jogadoras tetracampeãs da Liga Espanhola queriam escrever em Eindhoven, e logo no início da segunda parte o vendaval espanhol apareceu com Patri Guijaro, a marcar dois golos, em dois minutos (aos 48' e aos 50'), e a empatar um jogo que minutos antes parecia perdido. Ao recuperar a desvantagem, o Barcelona assumiu por completo as rédeas do jogo e é de forma natural que completa a reviravolta por Fridolina Rolfo à passagem do minuto 72. Para dar ainda mais beleza à conquista, Alexia Putellas, atual melhor jogadora do mundo, que regressou há pouco aos relvados após uma paragem devido a uma lesão do ligamento cruzado (LCA), entrou nos instantes finais para abrilhantar ainda mais a final, e minutos depois tocar o céu, ao levantar o troféu mais desejado da Europa.
Fechadas as contas da edição 22/23 da Women's Champions League, a UEFA já divulgou o melhor 11 da competição, dominado como é natural, pela equipa consagrada campeã: Merle Frohms, Lena Oberdorf, Ewa Pajor e Alex Popp do Wolfsburg; Katie Mccabe do Arsenal e Caroline Graham Hansen, Patri Guijarro, Aitana Bonmatí, Mapi León, Irene Paredes e Luy Bronze.
A média Aitana Bonmatí foi eleita a melhor jogadora da temporada, um reconhecimento pela temporada brilhante que protagonizou. Sem Alexia Putellas, a média espanhola foi a luz da equipa e contribuiu com golos e assistências essenciais para que o Barcelona almejasse o tão desejado troféu — ao todo, apontou cinco golos e oito assistências. Na lista de melhor marcadoras o destaque recai sobre Ewa Pajor, a melhor goleadora da competição com nove golos, destaque também para a Cloe Lacasse, jogadora do Benfica, e que terminou a competição com cinco golos, dado que a colocou entre as sete maiores goleadoras da prova.
Fora de campo, a Liga dos Campeões brindou-nos com vários recordes de assistências desde os 60. 063 adeptos no Emirates Stadium, em Londres, aos 39.454 adeptos no Estádio Olímpico de Roma, ou os 72.262 adeptos em Camp Nou. Nesta edição da Liga dos Campeões jogou-se em vários estádios de topo, e pela primeira vez na história da competição todos os jogos a partir dos quartos de final foram jogados nos estádios principais: Emirates Stadium (Arsenal), Camp Nou ( Barcelona), Volkswagen Arena (Wolfsburg), Allianz Arena (Bayern de Munique), Stamford Bridge (Chelsea), Parc Olympique Lyonnais ( Lyon) e Princes Park ( PSG). Uma mudança de paradigma e que demonstra o crescimento do futebol feminino cada vez mais jogado nos palcos principais, e cada vez com mais audiências seja ao nível de público, seja ao nível das audiências.
Cristiana Pina
As últimas do projeto:
Os Panenka: Benfica. Destaques da Liga. Cultura Futebolística (c/ Aires Gouveia).
Modo Carreira: Futuro e Gestão de Expectativas.
Spaces 78: Caso Vinicius e o Fairplay.
Letra e Vírgula:
Damas de Ferro:
Cavadinha: