Quem é que nunca pensou num onze de sonho?
Se há espaço para 11, porque não apostar no hip-hop? Neste texto, escolhemos os 11 galácticos do hip-hop português.
Quem é que nunca pensou num onze de sonho? Desde o defesa central que é sinónimo de entrada a pés juntos até ao número dez que só falha passes quando remata para golo. O ponta de lança matador e os extremos que deixam a defesa adversária em carros funerários. O criativo, maestro de meio-campo que coordena 11 cérebros ao mesmo tempo. Bem, hoje vamos fazer isso, mas com um senão: só valem rappers portugueses. Como bom fã de hip hop português, decidi fazer este exercício e, em conjunto com alguns membros de 78, decidimos reunir os onzes ideais para cada um de nós, só com rappers a valer.
GR – L-ALI
Para começar a construção desta equipa, escolhi um GR moderno que ajuda na construção e que ameaça quando, num último lance, sobe para a área adversária. Um autêntico fora de série que procura sempre diferenciar em qualquer tarefa que faça: “Se não é para ser novidade, é para ser evitado”. O rapper é dos guarda-redes que não tremem, nem por nada, na hora de encarar o ponta de lança. Quando vê um goleador em boa forma ultimamente, vai “quebrar o ciclo assim na boa”. Não é guarda-redes de dar casas e, para ele, defender remates perigosos “é só mesmo virar uns frangos”.
Defesas Centrais – Regula e King Bigs
Dupla de meter medo. Nesta equipa, deixei os românticos tomar conta do meio-campo e, na dupla de centrais, optei por uma dupla mais irreverente, estilo Pepe – Sergio Ramos. Vão ser dados muitos vermelhos? Sim. Vão perder a cabeça aqui e ali? Sim. Vão ser os melhores? Claro. Para estes dois é preciso dar rédea curta porque “um diz mata, outra esfola”, mas entrosamento entre eles é coisa que não vai faltar
Regula não precisa de apresentações. Regula, AKA Don Gula, AKA Regulation, AKA Bellini é dos melhores que o hip hop já viu. Regula vem para esta defesa para “molhar a sopa”. Mentalidade de “passa a bola, não passa o homem” e que só vê bola, seja bola, pé ou canela. Se faz carrinhos, “ainda ficas a dar gritos como o Tarzan”. Os pontas de lança ficam amedrontados quando vêm à frente o Toni do Rock e se ele for o último homem da defesa e tiver de fazer entrada para vermelho, podemos contar com ele.
Um vencedor nato. Já festejou uns quantos campeonatos no Marquês.
King Bigs é o nosso segundo central. O nosso “Rei Mago”, “não veio para brincadeiras” e com ele ninguém brinca. Tem momentos de inspiração com bola no pé e quase parece um líbero. Por outro lado, vai ser o tipo de central que vai tentar fazer uma cueca à entrada da área, perder a bola e custar-nos uns quantos jogos. Apenas uma coisa é certa com este central: “Cada vez que o Biggie entra, como é óbvio ele rebenta.”, o resto não interessa.
Laterais – ProfJam e Valete
Nas laterais escolhi um lateral moderno, com capacidade de jogar por dentro e um lateral mais clássico, que defende como um central. ProfJam, será o nosso lateral moderno a jogar pelo meio, um ala invertido com versatilidade. Valete, um dos pais do hiphop português, vai ser o nosso lateral mais tradicional.
A versatilidade de ProfJam não passa despercebida. Tanto ataca aberto como pelo meio e parece que escorrega pelo campo como água de coco. Tanto faz sons de hiphop como se estreia no reggaeton. O “hustle” dele não é igual ao dos adversários, é certo e será o tipo de jogador que raramente falha nos momentos decisivos.
Valete, AKA Viris é um tradicional. 1x1 contra ele é como jogar à roleta russa e os seus carrinhos à bola são Serviço Público. Este é o nosso Maldini e o lema é claro: “Sempre que há ação, ninguém diz não, todos mostram os dentes”. Dos melhores de sempre, Valete é o último membro desta defesa a quatro. O patrão da defesa. Não inventa com a bola nos pés e, quando tem de a roubar dos pés dos adversários não há paninhos quentes. Quando sobe à área, é matador. Aliás, o próprio o diz: “Viris é Mbappé, sem chances”.
Médios Centro– Sam the Kid e Slow J
Como bom romântico, o meio-campo é recheado de criativos e sem espaço para trincos matadores. Sam the Kid será o nosso Pirlo e Slow J o nosso Xavi. Qualidade? Há de sobra.
Sam the Kid é um colosso do hiphop. Talvez o maior de sempre, ele fará parte do nosso meio-campo de sonho. Sem perdas de bola e sem a habilidade de falhar passes, Sam, AKA STK, vai ser o nosso Pirlo, o nosso Regista. Perfeito por si só, ele sabe que a sua arte é difícil de igualar, “nem tudo é para todos”. Não há passe que não seja tricotado, jogador livre que não seja visto. Com Sam, “a cena sai sem pressões.” e em campo não há Sofias que o tirem de campo. Todas as jogadas começam nele e graças a ele terminam. Envelhece como o vinho, até porque, juventude é mentalidade e a sua técnica não descai.
Slow J é o nosso segundo criativo no meio-campo. Um playmaker que joga e faz jogar, com uma ginga tropical que o difere do companheiro de meio-campo. Tem pé para passe e pé para finta. Um jogador capaz de temporizar o jogo e com mestrado em Art of Slowing Down. Em campo o seu jogo é serenata para os nossos ouvidos e com ele, “o céu é o limite”.
Médio Ofensivo – Dillaz
Com ele só valem passes de morte. O Maradona, o Baggio, o Riquelme, o Zidane, o Platini da equipa. Dillaz é todos eles e é por isso que figura como médio centro ofensivo desta. Tem técnica de elite, tem golo e está de pé quente – acabou de lançar um álbum há menos de uma semana. É um criativo e um matador, mas tem feitio de Cantona – “peito aberto e com uma cara má”. O nosso Messi trabalha como nenhum porque sabe que “sonhar nesta vida não chega” e dentro do jogo, nós só somos passageiros enquanto Dillaz está no cockpit. Dos maiores de sempre, Dillaz fecha o nosso meio-campo de criativos com chave de ouro.
Extremos – T-Rex e Gson.
A lógica para a escolha de ambos é igual. Escolhi dois dos mais irreverentes, liricamente evoluídos e com cadências raras. São os nossos extremos explosivos, com muita técnica, muita finta, muito golo no pé e matreirice em campo. Para Gson, não há golos fáceis. Encostar não é com ele pois ele é o tipo jogador que só remata ao ângulo. Se corta para o meio…é morte. Gson só sabe voar e T-Rex deixa os adversários a chamar pelo INEM, ao som do “tinoni”. São, ambos, o nosso jogador favorito, o que vai ser o melhor do mundo e roubar os nossos corações. Em sons de amor, Gson é Ronaldo com equipamento secundário do Real na Champions. Em sons de hype, T-Rex é Messi com Guardiola no banco. Melhor é impossível.
Ponta de Lança – Plutónio.
Para finalizar, o nosso finalizador. R9 na mente, leão no peito e golo no pé. Finalizador nato que ataca sem pedir licenças, Plutónio até uma chain de um leão tem. O mais antissocial, Plutónio tem camisola do Barcelona, não tem vergonha na cara e no sangue só corre cafeína. Frente-a-frente com o guarda-redes, Plutónio deixa os adversários a gritar “Meu Deus porquê?” e é matador com certificado. Estar “sempre na área como o Benzema” resume bem o R9 – sem lesões – que temos aqui. É um fora de série que quando aparece, faz-se notar, e vem fechar, com chave e chain de ouro, esta equipa maravilha.
Pedro Brites
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