UEFAcelona, equipas portuguesas e City x PSG: A 7ª Jornada da UEFA Champions League
Benfica e Sporting perdem e correm risco de eliminação, assim como o Man City: os destaques da Liga dos Campeões.
Tal como o novo formato da UEFA Champions League, aqui também vamos à aventura. Na Casa dos Milhões, queremos trazer-vos o melhor e o pior da edição 24/25 desta liga milionária.
JOGOS EM DESTAQUE:
Benfica x Barcelona
Quando a chuva vira um balde de água fria.
Um dos jogos mais incríveis desta edição da Champions poderá ter acontecido em Lisboa. Na receção ao histórico Barcelona, o Benfica esteve a vencer durante 74 minutos. Se fosse pedido a um adepto benfiquista para escrever uma história sobre a primeira parte, este não teria sido tão otimista – em relação ao que se verificou. Aos dois minutos, Pavlidis. Aos 22 minutos, Pavlidis. Aos 30 minutos…Pavlidis. Pelo meio, Lewandowski marcou, também de penalti, face a uma ação naive (e proibida) na própria área por parte de Tomás Araujo e Baldé foi abalroado por Szczesny no lance que culminou no 2-1.
Ao intervalo, Pavlidis era estrela, o Barcelona ia tentando respirar por entre os momentos de queda a pique, Carreras apresentava um largo bolso para ir guardando os adversários e Schjelderup, apesar de a alcunha de Harry Potter pertencer a Akturkoglu, era quem andava de capa e chapéu a espalhar magia pelo relvado da luz.
A segunda parte começou com uma bizarria: com a bola e o jogo totalmente controlado, Trubin remata contra a cabeça de Raphinha e a bola acaba nas redes do ucraniano. Incrédulos, os jogadores que viajaram de Espanha par o jogo, viram o 4-2 surgir em mais um lance de magia de Schjelderup. Araujo (o uruguaio, desta vez) foi incapaz de afastar a bola da baliza, acabando por cortá-la para autogolo. Dia para esquecer para os defesas com Araujo no nome.
Aos 78’, novo penalti no jogo e novo golo do ponta de lança polaco do Barcelona. O cerco à área do Benfica começou a apertar num jogo partido que viu Bah e Di Maria entrar antes e Rollheiser e Amdouni depois do 4-3. Aos 86’, numa bola milimetricamente colocada, por Pedri, na área, Garcia atirou para a igualdade.
Di Maria ainda havia de falhar o 5-4, num lance em que correu isolado até à área adversária e, aos 95’, a chuva que havia caído ao longo do jogo haveria de se tornar num balde de água fria.
Bola na área do Barcelona, Barreiro sentiu um toque e fica a pedir penálti. A jogada segue Ferran Torres atira a bola para o meio campo onde apenas estavam Raphinha, Carreras na cobertura e Trubin na baliza. A corrida frenética do brasileiro deixou-o à porta do golo. A finta que deixou Carreras para trás e o remate que passou por um Trubin resignado fizeram o resto. 4-5, no primeiro jogo de sempre da Liga dos Camepões em que a equipa da casa perde, mesmo tendo marcado 4 golos.
RB Leipzig x Sporting
A gestão tramou o leão.
Segundo dia de Champions League, e para abrir o menu da noite, o RB Leipzig, já eliminado da competição, e ainda sem qualquer ponto, recebeu o Sporting CP, que procurava desde já garantir a presença nos play-offs da próxima fase da Champions League, com o apuramento pelos melhores oito ainda possível (mas distante).
Sem Daniel Bragança, Morita, Viktor Gyökeres e Gonçalo Inácio, todos poupados por Rui Borges, o leão até começou melhor, entrou “mandão” no jogo e os primeiros quinze minutos faziam antever um cenário favorável para os adeptos leoninos que, apesar de proibidos de comprar bilhetes, marcaram presença em Leipzig. Mas rapidamente tudo mudou. Geny Catamo permite que David Raum, lateral-esquerdo dos alemães receba nas suas costas, e este assiste Benjamin Šeško para o quarto golo na liga milionária. Até ao intervalo, com um golo anulado pelo meio, o ‘leão’ foi sofrendo. A entrada de Gonçalo Inácio (substituindo St. Juste, novamente lesionado) deu alento na construção, mas tanto Geny como Geovany Quenda permitiam inclusões nas suas costas, a dupla Hjulmand-Debast não dava frutos, e nem ofensivamente os comandados de Rui Borges conseguiam chegar com perigo, com exceção a um lance de Maxi Araújo.
A segunda parte trouxe o mesmo Sporting, e o mesmo Leipzig, mas foi aos 55 minutos da contenda que Rui Borges abdicou da gestão e lançou “lá para dentro” Gyökeres, Morita e Daniel Bragança e o resultado ficou à vista de todos. Com Trincão na direita, o extremo foi-se soltando das amarras outrora encontradas no espaço interior, Morita deu outra alma ao meio-campo, e Daniel Bragança começou a espalhar o seu perfume perto de Gyökeres, que ia ameaçando. Foi com naturalidade que, aos 75 minutos, após assistência do médio português, o “panzer” sueco voltou a fazer gosto ao pé, assinando o sexto golo na prova, e o quadragésimo terceiro na temporada (clube e país). Nesta altura, tudo apontava para uns quinze minutos finais a todo o gás dos visitantes, com uma “remontada” no horizonte, dado o momento do jogo.
No entanto, nem cinco minutos haviam passado quando, após uma confusão na área, a bola sobra para Yussuf Poulsen, que aproveitando (mais) uma saída em falso de Franco Israel, consegue ganhar o ressalto, e volta a colocar os alemães na frente do marcador. A partir daqui, não havia muito a fazer. A moral ‘leonina’ foi-se perdendo, e o Sporting ficou fora do jogo. Perdeu-se a oportunidade de sonhar pelos ‘oitavos’, e deixou os ‘leões’ proibidos de perder em casa na última jornada, frente ao Bologna, já eliminado da prova. A gestão de Rui Borges (a pensar no campeonato) não permitiu ao Sporting lutar desde o primeiro minuto com a equipa de Marco Rose, e só a entrada dos “pesos-pesados” permitiu equilibrar a balança. Mais uma vez, os erros defensivos individuais continuam a tramar o ‘leão’. Na Europa, paga-se ainda mais caro.
Atlético de Madrid x Leverkusen
O orgulho não tem preço e foi exatamente isso que os jogadores do Atlético de Madrid e Diego Siemone demonstraram no épico confronto com o Bayer Leverkusen de Xabi Alonso. Num jogo de altos e baixos, os colchoneros enfrentaram inúmeras adversidades, incluindo a expulsão de Pablo Barrios, mas não desistiram. Apesar de jogar grande parte dos 90 minutos com um a menos em campo, não se esconderam e poderam empatar. Já em igualdade numérica, acabaram por conseguir a vitória no final, fazendo do Metropolitano palco de mais uma noite histórica.
Na primeira parte, o Bayer Leverkusen dominou o jogo, destacando-se pelo dinamismo e pela criatividade no ataque, enquanto o Atlético se mostrava apático e desorganizado. Após a expulsão de Barrios, o Bayer aproveitou para abrir o marcador através de Hincapié, numa jogada em que a defesa do Atlético não conseguiu reagir. No entanto, o golo foi apenas o início de uma batalha. Foi graças à determinação dos jogadores e ao apoio transcendente das bancadas que a equipa conseguiu equilibrar o jogo e virar o resultado.
A recuperação do Atlético começou com Julián Álvarez, ‘La Araña que pica’, que brilhou ao marcar os dois golos que garantiram a vitória. O primeiro surgiu após um erro defensivo do Bayer e o segundo foi uma autêntica obra de arte, com Álvarez a driblar o guarda-redes adversário antes de finalizar. Esta noite europeia ficará por muito gravada na memória dos adeptos rojiblancos como uma das mais mágicas do Metropolitano.
PSG x Manchester City
O “dérbi do Petróleo” deixou o City no… fundo do poço.
Guardiola e Luis Enrique; Emirados Árabes e Catar; Paris Saint-Germain e Manchester City… 22.º e 25.º colocados? A penúltima jornada desta fase de Liga trouxe um embate entre dois colossos do futebol moderno, mas num cenário bastante diferente do esperado no início da época. Se há algo de bom neste novo formato da Liga dos Campeões é que traz para a prova continental justamente o que se exige nos campeonatos nacionais: regularidade. Talvez, se estivesse num grupo isolado com equipas de potes mais baixos, City e PSG não tivessem grandes dificuldades em garantir o apuramento; mas a precisar defrontar 8 equipas diferentes? Duas de cada pote? É preciso ser mesmo o melhor.
PSG e City não o foram, chegando a essa penúltima rodada a precisar vencer para aumentar as probabilidades de sobrevivência — o que se notou desde o início: Luis Enrique implementou um sistema que sufocou o meio-campo do City, com os parisienses a pressionar homem a homem, obrigando os jogadores de Guardiola ao erro. Sentido ainda falta de pilares como Rodri, o City apresentou uma falta de solidez defensiva e dificuldades em manter a posse de bola, expondo as fragilidades que tanto temos visto nos citizens em 24/25. Os franceses ainda inauguraram o marcador com Hakimi, mas viram o feito ser anulado por fora de jogo e o jogo chegar ao intervalo num disputado 0-0.
Começa a segunda parte, as rede finalmente balançou… para o City! Com um começo esmagador de segunda parte, o City viu Jack Grealish, que entrou ao intervalo, aproveitar uma defesa incompleta de Gianluigi Donnarumma após um remate de Bernardo Silva e colocar o Manchester em vantagem; e, aos 53’, Erling Haaland ampliava a vantagem para 2-0. Contudo, o que parecia ser uma luz no fim do túnel para os ingleses, era o começo do fim: o PSG não se abalou e, em menos de 3 minutos, reduzia com Dembelé; pouco depois, Barcola conseguiu a empatar o encontro aos 62’.
A partir daí, sufoco completo do Paris Saint-Germain, que conseguiu a reviravolta ainda antes dos 70 minutos, com o português João Neves. Por falar em portugueses, Gonçalo Ramos ainda saiu do banco para encerrar as contas: Paris 4-2 Manchester.Com a vitória, os franceses respiram um pouco e dependem apenas de si para garantir o apuramento. O city, por sua vez, está fora da zona de apuramento e precisará de uma quarta-feira abençoada para não sofrer uma eliminação histórica.
Com estes resultados, Liverpool e Barcelona mantém-se como as únicas equipas de toda a prova a garantir o apuramento direto aos oitavos. 16 outras equipas garantiram pelo menos o top-24, com seis vagas ainda em disputa por 9 equipas — dentre elas Benfica, Sporting, City e PSG.
OUTROS RESULTADOS:
Liverpool 2-1 Lille
Celtic 1-0 Young Boys
Club Brugge 0-0 Juventus
Feyenoord 3-0 Bayern
Real Madrid 5-1 RB Salzburg
A UEFA definiu, também, a equipa da semana, com Bukayo Saka a ser eleito o jogador da jornada:


Os melhores momentos da edição 2024/2025 da UEFA Champions League são para acompanhar no Substack do 78. Fica atento!
João Pinto, Lucas Lemos Matilde Pinhol e Pedro Brites.
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