Volta ao Mundo - Destaques das Ligas Internacionais #14
Ter Schjelderup é cheatcode, Raphinha e Lamine bailam em terras árabes e Amorim elimina Arteta da FA Cup
Dia de Volta ao Mundo! Se a manobra implica dar uma volta com o pé por todo o esférico, este espaço dará uma “volta” pelas principais ligas da Europa e do Mundo, contando o que de mais interessante aconteceu no fim-de-semana.
Assim, às terças-feiras, podem contar com João Pinto, Kevin Fernandes, Lucas Lemos, Matilde Pinhol e Pedro Brites para vos pôr a par de tudo.
✈ PRIMEIRA PARAGEM: PORTUGAL 🇵🇹
Benfica é campeão de inverno em Leiria
Pronto, se tiver de ser. *Em tom de lagarto aziado*
A vingança encarnada para fazer esquecer aquele Dérbi Eterno que já aconteceu há duas semanas. Um Benfica mais confortável na partida e superior sobretudo na segunda parte, enquanto um Sporting claramente desgastado teve a sua melhor fase na primeira metade. As oportunidades de golo davam para conquistar a Taça, mas Leiria tornou-se vermelha e branca como muitos Benfiquistas acreditam que é justiça.
Uma taça com valor relativa. O valor da competição sentando atrás do efeito psicológico, do orgulho e do número de títulos em crescimento.
(Texto sempre relvante)
Vamos para os destaques principais, pelas melhores e piores razões:
Franco Israel: Zero penaltis defendidos na sua curta carreira em futebol sénior.
Maxi Araújo: Carregou os processos de construção com as suas ferramentas em transporte. Jogo globalmente positivo. Para tomar o próximo passo, precisa de trabalhar os timings de libertar a bola.
Ousmane Diomande: Líder silencioso da linha defensiva. Um poder físico impressionante. Feito para grandes desafios. Pavlidis novamente infeliz.
Morten Hjulmand: Como Florentino Luís, mas nos processos com bola, atinge um nível de conforto, segurança e progressão onde Florentino nunca chegará. Talvez o médio mais completo em Portugal. Fundamental para o Sporting, no patamar de Gyökeres. Capacidade física anormal após tantos jogos seguidos.
João Simões: Jogo difícil para um jovem pouco preparado para este nível.
Francisco Trincão: Físicamente morto. Não mereceu este desfecho da partida.
Geovany Quenda: Dos jogos mais ‘’vivos’ do criativo sobre a esquerda. Num jogo partido, teve licença para criar e errar. Forte no drible, pecou na execução no último terço.
Rui Borges: Não confia no seu banco limitado, e prejudica-se a equipa por isso.
Anatoliy Trubin: O segundo penalti defendido da sua carreira. O fair-play com Francisco Trincão é o destaque principal.
António Silva: Imperioso nos duelos individuais divididos com Viktor Gyökeres. O seu estilo de contenção e disputa pelas segundas bolas impressionou neste período de incerteza sobre o seu futuro e potencial.
Florentino Luís: Imperioso nas tarefas defensivas como sempre. O equilíbrio defensivo do Benfica.
Renato Sanches: Mais uma lesão da contratação política. Mais um negócio falhado com o Paris Saint-Germain.
Bruno Lage: Novamente, um impacto imediato psicológico não basta. Pouca evolução tática sem confiança em elementos de valorizar. Beneficiou-se da loteria em vez de atacar um leão ferido por lesões, questões físicas e táticas com um treinador em fase de adaptação. Retira Andreas Schjelderup, a inspiração ofensiva dos encarnados em vez de aproveitar os seus rasgos e movimentações para libertar Álvaro Carreras. Demonstra graves limitações para aquele projeto desportivo ambicioso que qualquer Benfiquista exige, e um clube da dimensão do Benfica merece.
Andreas Schjelderup: O criativo tanto desejado. Kerem nem sempre é solução, sendo um jogador de profundidade e finalização. Protagonista do duelo individual com Eduardo Quaresma, beneficando quando conseguiu ultrapassar o jovem central-virado-lateral. Teve um papel fundamental com e sem bola em fases ofensivas. Merecia somar os 90 minutos.
✈ PRÓXIMO DESTINO: ESPANHA 🇪🇸
Ano novo, mesmo desfecho: Barcelona vence Real Madrid na final da Supertaça
Corria o ano de 2022 quando Thierry Henry preferiu a seguinte frase: “Todos os clubes europeus têm medo do Real Madrid. E o Real Madrid tem medo do Barcelona.” E ao que parece, o internacional francês acertou em cheio. No Domingo decorreu a final da Supertaça Espanhola, mais uma vez realizada na Arábia Saudita (situação deplorável), com Real Madrid e Barcelona como protagonistas.
Vivendo a situação mais frágil da temporada (seja a nível desportivo como financeiro), os catalães começaram o jogo com o pé esquerdo. Com apenas cinco minutos jogador, Kylian Mbappé fez as redes abanarem pela primeira no King Abdullah Sports City, e plantou a confiança de mais um troféu na equipa ‘merengue’.
No entanto, e como já começa a ser hábito em jogos “grandes”, apareceu um menor de idade de nome Lamine Yamal, e numa mistura entre a irreverência de Neymar e a simplicidade de Messi, o empate estava feito. A partir daí, só deu Barcelona. Lewandowski confirma a reviravolta de penalty, Raphinha samba para o terceiro, e ainda antes do intervalo os contornos de goleada voltaram com um golo de Baldé a assombrar os jogadores do Real Madrid, como tem sido hábito nos últimos anos.
A segunda parte começou e a humilhação continuava, com o quinto golo a chegar antes da hora de jogo. No entanto, já na casa dos 60 minutos, Wojciech Szczesny, guardião polaco do Barcelona é expulso, e o jogo acaba por perder os golos que poderiam ainda aparecer para o conjunto de Hansi Flick. Rodrygo ainda diminuiu os estragos, mas a vitória estava selada com carimbo La Masia, com oito dos quinze utilizados pelo Barcelona a serem formados na academia blaugrana.
O Barcelona está vivo, e o Real Madrid continua a realizar uma temporada irregular. Internamente, quem ganha é o Atlético Madrid, líder isolado da Liga Espanhola.
✈ PRÓXIMO DESTINO: INGLATERRA 🏴
Manchester United elimina Arsenal da FA Cup
Desde cedo se percebeu que o Arsenal queria a bola toda para a sua equipa, para poder, com tranquilidade, atacar a área da equipa comandada por Amorim. O português aceitou e escudou-se no contra-ataque para ferir os londrinos.
A primeira parte teve pouca história e fica apenas o registo do golo anulado a Martinelli – o brasileiro estava em posição irregular clara.
Já no segundo tempo, Gabriel Magalhães tentou adiantar a bola com a cabeça e um ressalto feliz para Garnacho deixou o argentino sozinho na ala que acabou por cavalgar. À entrada da área, serviu Bruno Fernandes que, sem rodeios, atirou de primeira para o canto oposto da baliza dos gunners.
Nem 10 minutos depois, Dalot recebeu mal uma bola e, na tentativa de a disputar, acabou por cometer uma falta clara que levou ao 2º amarelo da conta pessoal e a respetiva expulsão.
Apenas 2 minutos depois, num canto batido para a área da equipa a jogar com 10, Gabriel Magalhães aproveitou uma bola que foi saltitando pela área e decidiu atirá-la para o fundo da rede. Tudo igual em Londres.
À entrada dos últimos 20 minutos de jogo, Havertz tricotou um lance na área e a lentidão de reação de Maguire foi responsável por atirar o alemão para o chão, com falta. Na cobrança, o nórdico Odegaard, atirou para a defesa do guardião turco do United: Altay Bayindir.
Bayindir continuou a manter as esperanças dos red devils vivas: Rice de cabeça isolado foi incapaz de passar pelo guarda-redes do United e, mais tarde, Havertz também foi incapaz de fazer melhor com a baliza praticamente aberta.
Nos penáltis, Havertz voltou a estar no centro das atenções: o seu penalti catapultou o United para a próxima fase e carimbou um jogo para esquecer do alemão. Arteta perde assim, mais uma oportunidade de lutar por um título com os londrinos.
🌍 E EM OUTROS PAÍSES? 🌍
🇧🇷 Palmeiras perde em casa com o Fluminense no Brasileirão
🇮🇹 Torino e Juventus empatam 1-1 no dérbi de Turim
🇫🇷 PSG vence Saint-Étienne com dois golos de Dembelé e segue líder da Ligue 1
🇩🇪 Bayer Leverkusen vence Dortmund por 3-2 com brilharete de Patrick Shick
O Volta ao Mundo regressa na próxima terça-feira a contar mais histórias dos melhores campeonatos do Mundo. Subscrevam e fiquem atentos!
João Pinto, Kevin Fernandes e Pedro Brites
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