Volta ao Mundo - Destaques das Ligas Internacionais #13
2025 arranca com as Supertaças de Itália e França e com Rúben Amorim a defrontar o Liverpool.
Dia de Volta ao Mundo! Se a manobra implica dar uma volta com o pé por todo o esférico, este espaço dará uma “volta” pelas principais ligas da Europa e do Mundo, contando o que de mais interessante aconteceu no fim-de-semana.
Assim, às terças-feiras, podem contar com João Pinto, Kevin Fernandes, Lucas Lemos, Matilde Pinhol e Pedro Brites para vos pôr a par de tudo.
✈ PRIMEIRA PARAGEM: PORTUGAL 🇵🇹
Benfica X Braga, parte 1
Esta história poderá repetir-se nesta próxima edição descabida da competição mais inútil do mundo, porém, irei apenas sublinhar os destaques individuais apresentadas neste duelo entre águias desnorteadas e valentes gverreiros do minho.
Anatoliy Trubin: Incerto nas saídas. Apresenta reflexos impressionantes para um guarda-redes com o seu físico, mas segue errático como um jovem na posição mais ingrata do futebol. Longe do problema do Sport Lisboa e Benfica, mas nem sempre será uma solução certa.
Orkun Kökçü: Não é 6. Tem ferramentas para construir, mas não é 6. Não consigo acresentar mais nada, apenas isto.
Ángel Di María: Uma solução. Tal como alternativas precisam de ser exploradas conforme o contexto do jogo e as necessidades da equipa.
Vangelis Pavlidis: Não é Gyökeres nem Samu, como não é servido como os nomes mencionados. As dificuldades em finalizar são complementadas pela falta de criatividade e inspiração.
Renato Sanches: Nada acrescenta ao Benfica. Uma contratação política acima de futebolística, que pouco deve contar para a construção de um plantel competitivo nesta fase da sua carreira.
Bruno Lage: Um impacto imediato psicológico não basta. Pouca evolução tática sem confiança em elementos de valorizar (Schjelderup, Prestianni, Rollheiser).
Matheus: Por questões futebolísticas e extracampo, Lukáš Horníček é uma solução para explorar. Matheus Magalhães nunca passará de um guarda-redes ambicioso, mas demasiado errático e incerto para um projeto que procura dar passos em frente.
Robson Bambu: Primeiro golo da sua carreira, acabou por provocar uma exibição imperiosa (poucas vezes visto pelos defesas deste Braga).
Sikou Niakaté: Mencionado para partilhar uma notícia hilariante.
O Pep Guardiola perdeu a cabeça de vez.
Vítor Carvalho: Falta-lhe naturalidade nas ações com o esférico, mas é uma arma valiosa nas ações sem bola para equilibrar um Sporting Clube de Braga com uma defesa tenebrosa.
Victor Gómez: O melhor lateral espanhol em campo neste jogo. Das melhores exibições do jogador pelos arsenalistas.
Fran Navarro: Desvalorizado no Futebol Clube do Porto, mas uma solução excelente com uma relação acima da média com a baliza adversária. Viu-se um impacto imediato, apesar da evidente falta de ritmo competitivo nas restantes ações.
Bruma: Fulcral. Sempre. Vai-se tornando cada vez mais fiel em zonas interiores. Criador de caos constante, perante ou na ausência de ações falhadas.
Carlos Carvalhal: Vencedor de cinco dos últimos sete duelos com o Benfica. Uma primeira parte ambiciosa e impressionante, uma segunda parte suficiente e pragmática. Gerou uma reação necessária da sua equipa.
✈ PRÓXIMO DESTINO: FRANÇA 🇫🇷
Francesinha à Portuguesa no Catar
A manter a “tradição” das Supertaças disputadas fora do país, o Trophée des Champions foi disputado por Paris Saint-Germain e Monaco no Stade 974, em Doha, com o Catar a ser o nono país diferente a receber a prova (desde 2009, 12 das 14 edições realizaram-se fora de França).
Com Nuno Mendes, Vitinha e João Neves no onze inicial, o PSG assumiu o controlo das ações ofensivas, pressionando a defesa monegasca desde os primeiros minutos. Apesar das diversas investidas, a equipa parisiense encontrou dificuldades para superar o guarda-redes Philipp Köhn, que realizou defesas cruciais para manter o empate. O Monaco, com uma postura mais defensiva, até buscava explorar contra-ataques esporádicos, mas sem conseguir ameaçar significativamente a baliza defendida por Donnarumma.
A segunda parte manteve a tónica do primeiro tempo, com o PSG a intensificar a pressão em busca do golo inaugural. Vitinha e Kang-in Lee destacavam-se na construção de jogadas ofensivas, mas a ineficácia na finalização continuava a fazer o resultado escapar à equipa parisiense, que viu o 0-0 perdurar até ao fim do tempo regulamentar.
Foi já quando tudo parecia encaminhar para um empate sem golos que surgiu o momento decisivo: Aos 92 minutos, Fabián Ruiz efetuou um passe preciso para encontrar um Ousmane Dembélé, que, com frieza, finalizou com sucesso, garantindo o triunfo parisiense.
Gonçalo Ramos também foi a jogo, com os quatro portugueses a prticiparem desta que foi a 13.ª Supertaça de França conquistado pelo PSG, que se consolida como o clube com mais títulos nesta competição.
✈ PRÓXIMO DESTINO: ITÁLIA 🇮🇹
Derbi della madonnina… em Riade…
No primeiro título disputado por Sérgio Conceição, o aproveitamento foi 100% perfeito: dois jogos, duas remontadas e dois rivais deixados para trás.
A final, frente à Inter de Milão, bem que podia ter sido um dérbi efusivo, disputado em Milão (como em 2011) em “casa” de ambas as equipas. No entanto, a tradição italiana de desprezar os seus próprios adeptos já vem sendo longa e, nos últimos 10 anos, a Supertaça Italiana já passou pela Arábia, Catar, China e, espantem-se, em Itália.
Tal como em 2011, o Milan saiu por cima. Tal como em 2011, ganhou de remontada e tal como em 2011, apenas marcou na segunda parte.
Voltando a 2025; a primeira parte do jogo permitiu ver a qualidade de ambas as equipas. Um jogo equilibrado, com oportunidades para ambas as partes, viu o Milan acabar por ter uma fase ascendente no final dos primeiros 45’. Nem por isso, o resultado sorriu à turma de Conceição. Apesar de estar melhor, foi Lautaro que, assistido pelo conhecido de Sérgio Conceição, Mehdi Taremi, teve espaço e tempo para fazer o que quis da defesa do rival, acabando com o 0-0 que se registava até então.
A segunda parte começou da mesma forma que a primeira terminou. Taremi Começou uma corrida para atacar a profundidade mal defendida do Milan e De Vrij fez um passe sublime para o ex-Porto. Taremi, isolado, não desperdiçou e dilatou a vantagem da Inter.
Cinco minutos depois, Théo Hernández marcou um livre sublime para a reaproximação aos rivais de Milão, numa falta ganha pelo acabado de entrar, Rafael Leão.
Na segunda parte a turma rossonera impôs-se. Rafela Leão foi o mais desequilibrador e aos 61’ arrancou na ala e só parou na pequena área, onde assistiu para o remate falhado de Reijnders.
Ainda antes do empate, Carlos Augusto ameaçou selar o jogo num lance trapalhão que terminou com a bola a embater no poste de Maignan.
A dez minutos do final, Leão volta a estar em destaque, com a demarcação para Theo; o francês cruzou a bola e Pulisic igualou a louca partida e deixou Riade (e Milão) em polvorosa.
Aos 86’ Maignan volta a ser decisivo com uma mancha fenomenal frente à ameaça de Dumfries e manteve a equipa de Sérgio viva.
Já em cima dos 93’, Pulisic, em perfeita sintonia com Rafael Leão, faz um passe soberbo para a área, encontrando o português desmarcado em plena corrida. Este viu Sommer a tentar antecipar-se, fechando o caminho para a baliza e colocou a bola nos pés de Abraham. O inglês habituado aos ares italianos selou um destino que já se ia mirando desde o primeiro golo do Milan.
Após o levantar do troféu, voltámos a ver a mítica imagem de Sérgio Conceição de charuto na boca, um sinal de que as coisas vão bem em Milão.
✈ PRÓXIMO DESTINO: INGLATERRA 🏴
Será desta, Rúben?
A tarde de Domingo levou os mais velhos aos tempos de infância, com aquela bola amarela da Premier League, com a neve a ser figura importante na partida e um clássico de equipas inglesas, naquele que era o jogo grande da jornada. Juntando uma manta e um chocolate quente, todos os ingredientes estavam prontos para uma grande tarde de Premier League.
Em Anfield entravam duas equipas em momentos completamente distintos. Rúben Amorim e o Manchester United chegavam depois de quatro derrotas consecutivas, com a quinta no horizonte, dado o momento de forma do Liverpool, líder isolado da Premier League.
No entanto, tal como havia acontecido frente ao Manchester City, os comandados do “Smile One” vestiram o fato-macaco e foram para a guerra com os ‘reds’. Quem esperava um Liverpool dominador e um United encolhido, enganou-se bem. Amorim preparou o jogo ao detalhe, lançou aquele que deverá ter sido o melhor onze desde que aterrou em terras de sua majestade, e descobriu nas costas de Trent Alexander Arnold, o “ourinho” da partida. O 0-0 ao intervalo lançava as dúvidas nos adeptos da casa. Será que iam mesmo perder pontos com este Manchester?
Se a primeira parte deixou água na boca, a segunda deu-nos um autêntico espetáculo. Novamente pelo lado direito da defesa de Merseyside, Bruno Fernandes descobriu ‘Licha’ Martínez para uma autêntica bomba, e o primeiro da tarde. Gelava Anfield, e começavam os tremores de uma derrota em casa. No entanto, quem não estava nada para aí virado era Gakpo, que numa das suas típicas diagonais, envia De Ligt de volta para os Países Baixos, e empata a partida.
O Liverpool ganhava ímpeto, o público da casa levava a equipa com eles para cima do agora recetivo United, e mais uma vez, a figura foi neerlandesa, mas desta vez, foi De Ligt, por mão na bola. Penalty e com alguma dificuldade, o faraó Salah coloca o líder na frente pela primeira vez. A partir daí muitos deram o jogo por terminado. Arne Slot tinha o comando do jogo, o United pouco atacava, e era mais expectável o 3-1 que o 2-2.
E é mesmo por isso que o futebol é uma caixa de surpresas. Sem que nada o fizesse antever, numa jogada rápida, Amad Diallo volta a fazer a diferença em jogos grandes (onde Trent fica novamente mal na fotografia) e empata a partida, resultado que já não sofreu alterações, também em parte graças a Harry Maguire, que na última oportunidade do jogo (provavelmente com fora-de-jogo de Zirkzee) enviou a bola para a bancada, com a baliza escancarada. Amorim pontua em Anfield e ganha um ponto, Liverpool escorrega e perde dois.
🌍 E EM OUTROS PAÍSES? 🌍
🇧🇷 Começou a Copa São Paulo de Futebol Júnior, a famosa “Copinha”;
🇿🇦🇹🇳🇪🇬 Classificados para o Mundial de Clubes, Mamelodi Sundowns, Ésperance e Al-Ahly perdem na jornada 4 da CAF Champions League;
🇧🇷 Gabigol é apresentado como novo jogador do Cruzeiro após 6 anos no Flamengo.
O Volta ao Mundo regressa na próxima terça-feira a contar mais histórias dos melhores campeonatos do Mundo. Subscrevam e fiquem atentos!
João Pinto, Kevin Fernandes, Lucas Lemos e Pedro Brites
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