Volta ao Mundo - Destaques das Ligas Internacionais #12
Amorim volta a vencer Guardiola, Porto ganha 3 pontos importantes, goleada histórica em Itália e a crise valenciana: os destaques do fim de semana.
Dia de Volta ao Mundo! Se a manobra implica dar uma volta com o pé por todo o esférico, este espaço dará uma “volta” pelas principais ligas da Europa e do Mundo, contando o que de mais interessante aconteceu no fim-de-semana.
Assim, às terças-feiras, podem contar com João Pinto, Kevin Fernandes, Lucas Lemos, Matilde Pinhol e Pedro Brites para vos pôr a par de tudo.
✈ PRIMEIRA PARAGEM: PORTUGAL 🇵🇹
Não convence, mas vence
Depois de ver a exibição pouco convincente dos rivais, com o Sporting a passar dificuldades na receção ao Boavista e com o Benfica a perder pontos na vila das Aves, foi a vez da equipa da cidade do Porto de praticar um futebol deprimente.
O primeiro golo tem tanto de madrugador quanto de peculiar. Um canto mal batido, bate duas vezes no chão já dentro da grande área e acaba no fundo das redes depois de um remate de Nico. A defesa do Estrela não pareceu estar em campo, dada a passividade de todos perante uma bola que pingou até fazer transbordar a baliza do Estrela.
Nem por isso se jogou melhor futebol. O golo podia ter sido o cacarejar do galo que acorda a equipa, mas tal não se verificou. O Porto continuou lento como de costume, sem ideias e sem intenções (se as tinha, não se notaram). O Estrela não se mostrou perigoso até ao final da primeira parte, mas nem por isso o Porto conseguiu acelerar – tinha muita bola, é certo, mas sem as ideias, ter uma bola nos pés até pode ser mais um estorvo que uma ajuda.
Perto da hora de jogo e já com o Estrela de olhos mais abertos, a reação do Porto ao acordar da equipa da Amadora chegou: Fábio Vieira chutou para a grande defesa de Bruno Brígido.
Quando as intenções do Estrela ainda se mantinham vivas, Danilo pisou um homem do Portou e viu o segundo amarelo, tendo terminado o jogo mais cedo. O Porto voltou a adormecer o Estrela, a ele próprio e aos corajosos que foram ao Dragão. Brígido ainda defenderia uma bola perigosa disparada pela cabeça de Nehuen Pérez antes do relógio bater os 90’.
Ao som de alguns assobios, o Porto desenhou uma transição ofensiva que culminaria com Mora a passar para Gonçalo Borges que, depois de ganhar espaço a um defesa, chutou para golo.
Vítor Bruno, que afirmou não se recordar de uma situação do Estrela com perigo, mostrou-se feliz pelo 6º jogo seguido sem sofrer golos em casa. Mesmo que o futebol não agrade, estes foram 3 pontos muito importantes para que, mesmo não jogando melhor que os rivais, conseguir subir ao topo da tabela.
✈ PRÓXIMO DESTINO: ESPANHA 🇪🇸
O que se passa contigo, Valência?
Os últimos cinco anos em Valência faziam prever uma situação do género. Longe da glória de outros tempos, onde chegou a vencer a La Liga, o Valência ocupa a última posição do campeonato espanhol, com apenas duas vitórias em 15 jogos (é, no entanto, a equipa com mais jogos em atraso na competição). Este fim-de-semana a hecatombe valenciana agravou-se, com uma derrota em Valladolid por 1-0, frente à única equipa que se encontrava abaixo dos “Che” na tabela classificativa.
O jogo era de importância máxima para ambas as equipas. Apesar da vantagem de jogar em casa, o Valladolid respeitou a grandeza do adversário e adotou uma postura mais defensiva, permitindo ao Valência tomar a iniciativa do jogo. No entanto, decorria o minuto 20 quando Cristhian Mosquera, pressionado por Marcos André, perde a bola e deixa caminho livre para Anuar Tuhami fazer o primeiro e único golo da partida.
Os valencianos procuraram uma reação, mas não foram capazes de chegar ao empate. Com Giorgi Mamardashvili e José Gayà de fora até ao início do próximo ano, os próximos jogos prometem ser igualmente duros (Alavés, Real Madrid, Sevilla, Real Sociedad e Barcelona como próximos adversários). Já a seis pontos da zona de manutenção (Alavés com 16 pontos), o Valência procura agora dar um pontapé na crise já no próximo jogo. O caminho é longo, e a janela de transferências está já à porta, mas tudo indica que será mais uma época turbulenta para os outrora campeões espanhóis.
✈ PRÓXIMO DESTINO: FRANÇA 🇫🇷
“PSGzinho” na Europa, “PSGzão” na liga
Num encontro marcado por mais uma lesão de Nuno Mendes, o Paris Saint-Germain recebeu o Lyon no Parque dos Príncipes e contou com dois dos seus outros astros portugueses, Vitinha e Gonçalo Ramos, para sacramentar mais uma vitória na Ligue 1. Apesar de ocupar apenas a 25.ª posição na Liga dos Campeões, os parisienses seguem invictos e líderes absolutos no campeonato nacional de França.
O jogo iniciou de forma eletrizante, com Dembélé a inaugurar o marcador ainda aos 8 minutos de jogo, aproveitando uma jogada bem trabalhada por Warren Zaïre-Emery. Poucos minutos depois, aos 14’, o PSG ampliou a vantagem após Désiré Doué sofrer falta numa incursão pela área adversária, resultando em grande penalidade. Coube ao melhor português da atualidade, Vitinha, assumir a responsabilidade e converter o 2-0.
Apesar da desvantagem, o Lyon não se deixou abater e procurou reagir: Aos 40’, Mikautadze foi lançado ao ataque após bela jogada coletiva e, com subtileza, encobriu Donnarumma, reduzindo a diferença para 2-1 e trazendo ao relvado uma nova dinâmica. Nos minutos finais, Luis Enrique fez alterações estratégicas, incluindo a entrada de Gonçalo Ramos aos 82’, que precisou d seis minutos em jogo para finalizar com sucesso um contra-ataque e estabelecer o resultado final: 3-1.
Com este triunfo, o PSG alcançou a sua 11.ª vitória em 15 jogos, permanecendo invicto na competição. A equipa prepara-se agora para enfrentar o AS Monaco na próxima jornada, um confronto direto que poderá ser decisivo na luta pelo título. Entretanto, o Lyon, apesar da derrota, mantém-se na quinta posição com 25 pontos, continuando a sua campanha com ambições de alcançar os lugares de acesso às competições europeias.
✈ PRÓXIMO DESTINO: ITÁLIA 🇮🇹
Todos os caminhos vão dar a Roma
A Inter de Inzaghi protagonizou uma exibição épica esta segunda-feira na capital italiana: venceram a Lazio por 6-0 no Olímpico de Roma e consolidaram-se como um dos principais candidatos ao título da Serie A. Com esta vitória, aproximam-se da liderança, atualmente ocupada pela Atalanta, ficando apenas a três pontos e com um jogo em atraso.
A partida começou equilibrada, com os primeiros 25 minutos a penderem mais para o lado da equipa da casa, mas aos 40 minutos, uma mão na bola de Gigot resultou num penálti convertido por Hakan Calhanoglu, abrindo o marcador para os visitantes. Antes do intervalo, Federico Dimarco, um dos laterais sensação da Europa, ampliou a vantagem ao aproveitar um cruzamento de Dumfries para fazer o 2-0.
Já na segunda parte, a turma de Milão manteve a pressão e aumentou a vantagem com golos de Nicolò Barella de remate potente de fora da área aos 51 minutos (quando o virem marcar um golo que não seja espetacular, avisem), seguido por Denzel Dumfries, que cabeceou com precisão após um cruzamento de Bastoni aos 52 minutos. Carlos Augusto e Marcus Thuram fecharam as contas aos 76 e 89 minutos, respetivamente, selando a goleada histórica.
A Lazio, apontada como uma das equipas surpresa desta época, não conseguiu reagir à superioridade do adversário e foi completamente dominada no próprio estádio. Esta vitória expressiva serve como um aviso aos rivais, demonstrando que a Inter continua a ser uma força dominante no futebol italiano e no velho continente.
✈ PRÓXIMO DESTINO: INGLATERRA 🏴
115… segundos entre golos.
Futebol é um jogo psicológico. É difícil explicar como um gigante visto como superior e invencível abalou e perdeu-se no caminho de recuperar esse estatuto neste curto período de forma pouco digno do atual Southampton.
Estamos a olhar para vocês, Kyle Walker e Matheus Nunes.
Quem nunca perdoava e dominava, já oferece aos pobres coitados como ninguém.
Mais um sinal da excelência anterior do Manchester City, o clube só perdeu quatro dos 105 jogos em casa para a Premier League sob o comando de Guardiola em que esteve a ganhar ao intervalo. Aos 88 minutos, nunca tinha perdido.
Os 'Red Devils' respiram ar fresca na presença da estrelinha de Rúben Amorim que pretende recriar a mística do antigo 'Fergie Time', enquanto um Manchester não unido procura recuperar esse espírito que criou uma das melhores equipas de sempre do futebol mundial.
"Eu não sou suficientemente bom. Sou eu o treinador. Tenho de encontrar soluções e até agora não encontrei. Essa é a realidade."
Insuficientemente bom? Basta olhar para nomes para retirar conclusões? É olhar para a média de idades. O trabalho de Hugo Viana facilitou-se com a renovação de Pep Guardiola? O projeto de renovação mantém-se para refrescar o plantel vencedor da última década no melhor campeonato nacional do mundo. Já vem tarde.
Cole Palmer, Morgan Rogers, Romeo Lavia, e Liam Delap (entre outros) davam um jeitinho neste momento, não?
A ausência do melhor jogador do mundo pesa, mas não explica na totalidade. İlkay Gündoğan e Mateo Kovačić falham nos processos defensivos naturalmente, quando Rodri era único na cobertura de espaço e impedimento de transições defensivas. Kevin De Bruyne é o único criativo capaz de mudar um jogo. Phil Foden é um perfil diferente. Faltam uma mistura de pernas, energia nova, e criatividade medida ao nível do passe. Falta equilíbrio para um treinador obcecado com controlo. Nestas fases, um atacante considerado um luxo, irrelevante em 95% das jogadas, pouco ajuda.
Resta destacar os protagonistas da partida pela positiva: Geovany Quenda, Sebastian Coates, Gonçalo Inácio, Morten Hjulman-desculpa, Amad Diallo, Harry Maguire, Lisandro Martinez e Manuel Ugarte. Sublinhar também a presença do Fredrik Aursnes de Inglaterra, Noussair Mazraoui. Quem diria que o melhor das transferências entre jogadores ex-Ajax e o Manchester United de Erik Ten Hag seria...o mais barato.
Umas últimas palavras para Marcus Rashford e Alejandro Garnacho. Wake up. Serem destaques esporádicos perante períodos de mediocridade no passado é irrelevante. Acordam, ou perderam desde cedo uma oportunidade para serem parte de ambições maiores com uma identidade clara, digna de honrar o Manchester United.
Baixou a qualidade do duelo. Venceu quem acreditava e demonstrou mais capacidade de lutar. Mas a realidade torna-se semelhante para ambas as equipas: aguentar até ao fim da época, retirar o máximo da época desportiva, e atacar a próxima em melhores condições após um mercado extremamente ativo.
Como as coisas conseguem mudar em pouco tempo...
🌍 E EM OUTROS PAÍSES? 🌍
🇩🇪 Bayern perde frente ao Mainz 05 e vê a distância para o Leverkusen diminuir para 4 pontos;
🇬🇷 Olympiakos de Chiquinho, Sérgio Oliveira e Gélson Martins empata frente ao Kallithea FC; distância para o vice-líder AEK é de apenas 1 ponto;
🇲🇽 Após vencer Botafogo por 3-0, o Pachuca de Idrissi elimina Al-Ahly na Taça Intercontinental da FIFA; Final será amanhã (18/12) frente ao Real Madrid.
O Volta ao Mundo regressa na próxima terça-feira a contar mais histórias dos melhores campeonatos do Mundo. Subscrevam e fiquem atentos!
João Pinto, Kevin Fernandes, Lucas Lemos, Matilde Pinhol e Pedro Brites
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