A Lapidar um Diamante
Natural de Sintra, Carlos Forbs, começou a dar os primeiros passos no bairro Serra de Minas, onde cedo se destacou com uma habilidade natural e pela rapidez.
Depois de vários anos ao serviço das camadas mais jovens do Manchester City, no verão passado, assinou pelo Ajax, que pagou 14 milhões. Uma década após chegar a Inglaterra, Carlos Forbs, voltou, uma vez mais, a mudar de país. E de clube, para continuar a espalhar magia.
Natural de Sintra, o internacional sub-19 por Portugal começou a dar os primeiros passos no bairro Serra de Minas, onde cedo se destacou com uma habilidade natural e pela rapidez. Juntou-se com um grupo de amigos e inscreveram-se no Núcleo de Atividades Desportivas do Concelho Sintra. Meses mais tarde, um olheiro do Sporting que tinha como objetivo observar outro jogador, acabou por reparar nele, explicou Carlos Forbs em conversa com o podcast The Locker Room.
“Foi engraçado. O olheiro do Sporting ia ver outro jogador, mas depois viu-me e disse: Eu quero-o a ele. E apontou para mim. Depois telefonou ao meu pai e foi a minha casa. Acho que em 15 minutos ficou resolvido. Na altura fiquei contente, mas nada de especial. Ah, ok. Fixe. O meu pai é que estava mais nervoso do que eu», recordou o extremo de 19 anos, acrescentando: «Na escola foi diferente, porque os meus colegas eram tão bons quanto eu e todos queriam estar no meu lugar. Mas nada mudou na minha vida.»
Quando um jogador é bom, o mais difícil é mantê-lo durante vários anos – diferente não o foi com Carlos Forbs, o talento que o jovem mostrava de leão ao peito rapidamente atraiu os dirigentes do Manchester City. No entanto, sendo tão novo a mudança para Inglaterra foi de certa forma contrariada, uma vez que ainda não havia um acordo no papel: “«Estava num clube grande e não queria mudar de país. Até porque não falava inglês.” A família do jovem jogador mudou-se para Leeds e tudo que Carlos ansiava, era jogar por um clube local. O apoio do pai foi fundamental nessa fase e acabou por ter lugar numa das escolinhas do Manchester City. Conciliar os estudos com o futebol não foi tarefa fácil, mas o sentimento de alívio emergiu quando, finalmente, surgiu o tão ansiado contrato. Na altura, Carlos Forbs tinha 15 anos, tinha de mudar-se para Manchester e os pais não podiam deixar os empregos. Ficou, assim, numa família de acolhimento com ligações ao City durante ano e meio, até que os pais reorganizaram a vida e conseguiram, após vários meses, mudar-se para perto do local de treinos do filho.
Focado e decidido a ser um grande jogador de futebol, «como Cristiano Ronaldo», o miúdo do Rio de Mouro dedicou-se com afinco ao treino e foi sucessivamente sendo eleito o melhor do ano.
«O prémio de melhor do ano deixa-me orgulhoso. Passamos a fazer parte dos livros de história. É uma sensação top, agora é só aproveitar e divertir-me muito», disse aos canais oficiais do Manchester City, acrescentando: «Agora trata-se de continuar e fazer isto de novo na próxima temporada.»
A verdade é que “a próxima temporada” não está a ser escrita com as cores dos citizens. Sempre atento aos jovens com grande potencial, o Ajax pagou 14M com direito a uma opção de recompra para o Manchester City.
A verdade é que o início de temporada do Ajax não foi o melhor – o clube parece enfrentar uma crise tremenda, com falta de bons resultados e várias lesões de jogadores importantes como Berghuis ou Sutalo – embora já esteja numa fase de recuperação, esta pode mesmo vir a ser a pior época do clube neerlandês. Na Eredivisie, o Ajax ocupa a 5ª posição com 44 pontos, mas já com uma desvantagem de 31 pontos face ao PSV que ocupa o 1º lugar. Na Liga Europa, num grupo com o Marselha e o Brighton como principais dores de cabeça, o Ajax ficou como 3º melhor do grupo e foi rebaixado para a Conference League, onde ainda conseguiu eliminar o Bodo Glimt. Nos oitavos de final, calhou na rifa o Aston Villa que foi letal ao vencer 4-0 em casa e a pôr fim à aventura europeia do Ajax.
Resta saber como irá decorrer o resto da época do Ajax, e se o clube neerlandês tem condições para tirar o melhor proveito de Carlos Forbs, que num registo recente tem voltado a começar várias vezes como suplente.
Ishan Lacmane
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