Cavadinha Mundial: C'est pas facile.
Brasil perde para a França na segunda jornada do Mundial e, agora, disputa vaga nas oitavas quarta-feira, com a Jamaica.
Mais uma semana, mais uma Cavadinha e mais um jogo do Brasil no Mundial 2023! Hoje, o tema é o embate frente a França, válido pela segunda partida da fase de grupos. Após a goleada de 4-0 sobre o Panamá, o Brasil buscava a vitória para garantir o apuramento aos oitavos, apesar de não ser favorito para o duelo.
As Francesas são atualmente top-5 no Ranking Mundial e foram as responsáveis por eliminar o Brasil no último Mundial. Além disso, há um tabu: a Seleção Brasileira nunca venceu uma partida contra a França no futebol feminino — Foram 12 confrontos, com 6 vitórias das europeias e 6 empates. Contudo, o empate sem golos entre França e Jamaica mostrou possível um cenário no qual o Brasil conseguiria superar as gaulesas.
O Brasil veio a jogo com: Letícia Izidoro (GR); Lauren e Rafaelle (DC); Antónia (DD) e Tamires (DE); Luana e Kerolin (MC); Ary Borges e Adriana (MO); Debinha e Geyse (A). A única alteração relativamente ao último jogo foi a entrada de Geyse para o lugar de Bia Zaneratto.
O Jogo
Desde o primeiro minuto que a França demonstrou o porquê de ser favorita. Apesar do confronto ser equilibrado, as europeias ditaram o ritmo do jogo desde cedo e tiveram as primeiras oportunidades.
Ainda no começo, Le Sommer mostrava-se como potencial protagonista após um grande cabeceamento que levou a guarda-redes do Brasil a realizar uma difícil defesa. Não demorou muito mais para vir a confirmação: aos 17 minutos, a mesma Le Sommer conseguiu marcar, também de cabeça, na sequência do desvio de Diani ao cruzamento de Karchaoui, com a avançada veterana a não desperdiçar e a alcançar o seu golo 90 ao serviço do seu país.
Aos 22' o Brasil viu Adriana, após grande jogada de Debinha, falhar a baliza na grande área, naquela que foi a grande oportunidade da Canarinho na primeira parte. O Brasil não conseguiu muito mais, indo para o intervalo a perder por 1-0 e a precisar urgentemente de uma reação para combater a superioridade francesa.
A segunda parte começou com um jogo diferente. A França tentava defender a vantagem, numa abordagem um pouco mais conservadora, o que permitiu ao Brasil ter mais bola e, com uma abordagem mais acertada, crescer no confronto. Resultado disso foi Debinha, a meio da segunda parte, aproveitar um ressalto dentro da grande área para desviar a bola de Peyraud e deixar tudo empatado em Brisbane.
Em seguida, a treinadora Pia Sundhage mexeu na equipa, com Andressa Alves no lugar de Geyse. O comandante francês também mudou, tirando Le Sommer para pôr a jovem Vicki Becho. Mais tarde, Adriana saiu para a entrada de Bia Zaneratto.
O Brasil crescia na partida, conseguindo dominar parcialmente, até que, aos 83 minutos, com mais um cabeceamento — dessa vez da experiente defesa francesa Wendie Renard —, a França conseguiu o golo que lhe conferia a eventual vitória frente ao Brasil por 2-1 e a liderança do Grupo F.
Em desvantagem, Pia ainda efetuou três mudanças, com Marta, Ana Vitória e Mônica a entrarem para os lugares de Debinha, Ary Borges e Antônia, respetivamente. Contudo, as mudanças surtiram pouco efeito e as Francesas conseguiram, mais uma vez, conter a Canarinho e segurar o resultado. O tabu segue.
Resultado: Brasil 1 - 2 França
Destaque: Bolas Aéreas. A França é mais forte que o Brasil, mas o duelo seria e foi bastante equilibrado. Primeira parte francesa, segunda brasileira. O que fez a diferença foi a bola aérea. Foi de cabeça que Diani assistiu Le Sommer, que marcou também de cabeça, além de Renard ter feito o 2-1 também num cabeceamento.
Grande momento: Segunda parte do Brasil. Estando a perder frente a uma das melhores seleções do Mundo, as brasileiras mostraram personalidade e capacidade ao assumirem uma postura mais dominante e conseguirem o empate. A desatenção no canto que deu o golo da vitória às francesas “apagou” o que seria um resultado e uma atuação razoavelmente positiva.
Com os resultados, o Brasil permanece com 3 pontos, tendo sido ultrapassado no grupo F tanto pela França quanto pela Jamaica, que horas depois derrotou o Panamá, e decide a vaga diante das jamaicanas, na quarta-feira (2/8) às 11h (7h no horário de Brasília).
Nenhuma das equipas do Grupo F tem a passagem aos quartos de final garantida, com a última jornada (Panamá - França e Jamaica - Brasil) a ser decisiva.
Lucas Lemos
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