Mais uma pausa, mais um tormento
Para os dois jogos que se seguem, será importante perceber os desafios que vamos enfrentar. O futebol direto, rápido e em contra-ataque serão as armas dos adversários que são, nitidamente, inferiores.
De pausa internacional em pausa internacional, bufamos, sopramos e somos brindados com momentos de tédio já que os nossos clubes não jogam e a liga tem de parar os seus compromissos. Por isso mesmo, falemos dos jogos que se aproximam para a seleção nacional e que, ao contrário de outros, serão altamente competitivos.
Os dois primeiros jogos da seleção foram dois triunfos pela margem mínima (2-1, 2-1) frente às seleções da Croácia e da Escócia. Destes dois jogos, nenhum foi particularmente fácil, mas o jogo frente aos escoceses acarretou dificuldades particulares: Portugal teve bastantes dificuldades em lidar com um bloco baixo e coeso depois de sofrer um golo madrugador, tendo estado em desvantagem durante 50’ e só conseguindo virar o placar aos 88’. Ronaldo foi um dos mais destacados da seleção, a fazer um papel que lhe daria um brilho diferente: ao saltar do banco, vai poder fazer 30/35 minutos de qualidade contra adversários já desgastados.
Para estes dois jogos, na Polónia e na Escócia, o selecionador espanhol fez a seguinte convocatória:
Guarda-redes: Diogo Costa, Rui Silva, Ricardo Velho;
Defesas: Diogo Dalot, João Cancelo, Nelson Semedo, Nuno Mendes, Rúben Dias, Gonçalo Inácio ( Tomás Araújo), Renato Veiga, António Silva;
Médios: João Palhinha, João Neves, Rúben Neves, Vitinha, Bruno Fernandes, Bernardo Silva, Samu Costa, Otávio;
Avançados: Cristiano Ronaldo, João Félix, Rafael Leão, Diogo Jota, Pedro Neto, Francisco Trincão, Francisco Conceição.
Destes jogadores, notam-se os regressos (Otávio, Cancelo e Conceição) e as estreias (Velho e Samu). Após a reunião da seleção Inácio saiu por lesão, sendo chamado Tomás Araújo para o seu lugar.
Para os dois jogos que se seguem, será importante perceber os desafios que vamos enfrentar. O futebol direto, rápido e em contra-ataque serão as armas dos adversários que são, nitidamente, inferiores à seleção das quinas. Perante isto, será provável a presença de Rubén Neves no meio-campo para resguardar os dois médios mais criativos de contra-ataques que possam colocar a seleção em xeque (já que Palhinha falhou o arranque do estágio). A Escócia, física, aproveitará as bolas paradas e jogará na expetativa e a contar com o erro português (assim que o encontrar, tentará capitalizar e, fazendo-o, será bastante difícil desmontar o seu bloco). Chico e Trincão serão dois jogadores que entram nas minhas contas como favoritos a destabilizar as defesas adversárias. Ambos vêm de um bom momento e têm tudo para ser altamente preponderantes. No meio-campo, Vitinha é uma obrigatoriedade. Este e João Neves poderiam ser uma base que, com Bruno mais avançado, conseguisse ser perigosa na procura de espaços entrelinhas sem que perdesse intensidade no momento de transição (João Neves como médio mais destruidor).
Atrás, Cancelo deverá fazer parelha com Nuno Mendes nas alas, contando ainda com Rúben Dias e um segundo central, na zona central da defesa. Tomás Araújo tem feito um ótimo início de época, mas dificilmente partirá como titular. A perda de Inácio implica a perda de capacidade de construção e de um dos melhores centrais do panorama nacional.
Na frente, Ronaldo deverá ser titular embora considere que me faça sentido vê-lo a partir (e bem) do banco. Jota e Leão dão boas garantias, embora por vezes inconstantes e deverão fazer parte do primeiro plano de ação de Martinez
Este é o panorama geral da seleção. São dois jogos para vencer e para garantir o topo do grupo. Temos mais que atletas para isso.
Pedro Brites
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