A Tuga Não Esquece: Cláudio Pitbull
A Tuga Não Esquece recria a vibe “the streets won’t forget” e relembra vários jogadores icónicos. Desta vez, lembramos o “Pitbull” de Setúbal.
No Natal de 2004, o Porto (na altura campeão da Europa) contratou Cláudio “Pitbull”, avançado brasileiro que andava a “morder” golos no Grêmio. Cláudio assinou por cinco anos e meio (não seis), mas seis foi o número de jogos que fez de Dragão ao peito. Seis foram também os meses em que esteve no plantel principal do Porto, partindo para empréstimos sem fim até ao final do contrato, em junho de 2010. Foi para representar o azul e branco do Futebol Clube do Porto que chegou a Portugal, mas foi vestido de verde e branco que brilhou.
Após empréstimos sem muito brilho para Al-Ittihad, Santos e Fluminense, o Pitbull regressou a Portugal, vestindo as cores da Académica de Coimbra em 2006/07. Foi apenas em 07/08, três anos após assinar com o Porto, que encontrou novamente um ambiente perfeito para mostrar o seu futebol: Setúbal.
Mesmo sem ser um dos “Grandes”, o Vitória de Pitbull viveu o seu melhor período desde os “anos dourados” (1962–1974), alcançando a 6.ª colocação no campeonato e o apuramento para a Taça da UEFA de 2008/09 (a última prova europeia disputada pelo clube). Nesta campanha, Cláudio contribuiu com 14 contribuições (7 golos e 7 assistências) em 25 encontros, sendo o melhor marcador dos sadinos na liga.
Como se o regresso à Europa não fosse bom o suficiente, foi também com “Pitbull Masterclass” que o Vitória conquistou a Taça da Liga de 2007/08 (a primeira edição de sempre) contra o Sporting. O avançado fez duas assistências em cinco jogos na prova, sendo eleito o melhor jogador da grande final.
A ótima época vivida pelo avançado rendeu-lhe o status de ídolo do clube e, também, inúmeras homenagens por parte dos adeptos — até as mais inusitadas, como ter um sabor de pizza “batizado” com a sua alcunha. Acaba por ser um grande exemplo de como o seu impacto no Vitória de Setúbal não se mede apenas em números ou golos, mas no legado que conseguiu deixar no coração dos adeptos sadinos.
Não tendo conseguido dar grande continuidade à carreira nos maiores clubes do futebol nacional, é facto que este ano de 2007/08 foi marcante não só para o Vitória, mas também para o próprio Cláudio Pitbull, uma vez que foi o primeiro e único título que conquistou na Europa, a primeira e única Taça da Liga conquistada pelo Vitória e o último título quer do atleta, quer do clube.
Os anos podem passar, mas a Tuga certamente não esquecerá Cláudio Pitbull, o “pequenino raivoso” de energia inesgotável que, em cada jogada, representava o sonho de uma cidade e de um clube. Cláudio Pitbull terá sempre o seu lugar cativo nas memórias de Setúbal e do futebol português.
Lucas Lemos
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